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Setor industrial investe em diversificação energética

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setorAlternativas que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, principal protagonista no aquecimento global, foram um dos maiores objetivos e tema de debate durante a COP21, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, encerrada no dia 11 de dezembro, em Paris. No acordo firmado com o Brasil, por exemplo, o país se compromete em diminuir as emissões de CO2 em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo como ano-base 2005. Atentas a esse cenário, empresas também estão se mobilizando para contribuir com soluções para o segmento e pelo incentivo da diversificação da matriz energética no setor industrial, como por exemplo, o uso da biomassa. O bagaço da cana-de-açúcar, madeira, lixo urbano ou industrial e resíduos agrícolas e industriais são os destaques da biomassa, que, atualmente é considerada pela Embrapa a principal fonte de energia renovável no país, substituindo o uso de combustíveis fósseis, como petróleo e gás.

Apresentar as iniciativas da indústria quanto à utilização da biomassa sólida para geração de energia térmica foi tema da palestra do Engenheiro Mauro Losso, consultor do Grupo Icon, no Simpósio Internacional BIO.COMBRASIL – Biomassa Sólida, Tecnologias e Negócios, no auditório da FIESC, em Florianópolis, dias 12 e 13 de novembro. Na oportunidade, Losso exibiu ao público um case do Gerador de Gás Quente alimentado por biomassa, equipamento da Icon que tem rápido retorno de investimento, em média de quatro meses, de acordo com o cliente e condições de pagamento. “Além de trazer redução de custos para empresas, uma vez que a biomassa energética em forma de cavaco de madeira, por exemplo, pode custar até cinco vezes menos por unidade de energia gerada, em comparação ao gás natural. O equipamento é uma solução inteligente para uma indústria mais responsável e preocupada com a comunidade que está inserida, sem afetar o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões”, explica ele.

A fonte renovável já é bem vista, também, por olhos europeus. Prova disso é sua utilização na Europa, um dos maiores importadores do insumo. Segundo pesquisas da revista The Economist a biomassa energética responde por cerca de metade do consumo de energia renovável da Europa. Em alguns países, como a Polónia e a Finlândia, a madeira satisfaz mais de 80% da procura de energia renovável. Só em 2012, o continente europeu consumiu 13 milhões de toneladas de “pellets” de madeira, conforme o International Wood Markets Group. Na preferência disparada pela biomassa, está, também, o fato de ser pouco poluente. “Essa fonte é menos poluente, pois ao queimar biomassa, apesar de liberar CO2, este gás já havia sido absorvido pela planta durante o processo. Portanto, torna o balanço de emissões de CO2 praticamente nulo”, afirma Losso.

No Brasil, o incentivo para o consumo da biomassa no setor industrial também é expressivo, especialmente, em meio ao cenário atual, de crise econômica, em que a fonte renovável se apresenta como uma solução na redução de custos – fundamental para as empresas se manterem competitivas no mercado. Para o consumidor, esta é também mais uma opção para o consumo responsável e a seleção por empresas ambientalmente amigas e preocupadas com a sociedade em que estão inseridas. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade) e o Instituto de Meio Ambiente do estado (Imasul) estimulam empresas a instalarem Unidades Termelétricas de Biomassa acima de 10 megawatts que utilizem como combustível derivados da biomassa. Desde 1º de outubro deste ano, as interessadas já puderam protocolar o pedido de licença prévia para esse tipo de empreendimento que envolve investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão.