Início Biodiversidade Guarujá: Golfinho da espécie Toninha volta ao seu habitat natural

Guarujá: Golfinho da espécie Toninha volta ao seu habitat natural

1704
0
COMPARTILHAR

golfinhoPepê ganhou liberdade na manhã dessa quinta-feira (9), na Ilha da Queimada Pequena, em Peruíbe, litoral sul de São Paulo, um santuário ecológico protegido com o auxílio do Instituto Chico Mendes (ICMbio) e da Polícia Ambiental, onde sua espécie costuma viver.

O golfinho fêmea da espécie Toninha chegou ao Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos (Cetas Marinho), mantido pela Prefeitura de Guarujá em parceria com o Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna, no dia 19 de janeiro deste ano e ganhou este nome porque foi encontrada em Peruíbe.

Pepê apresentava marcas de rede, por isso acredita-se que ela tenha ficado presa. Como a espécie é muito frágil, a recuperação é quase impossível.

Para ganhar a liberdade o golfinho foi levado numa pequena piscina,dentro de um carro do Cetas, em Guarujá até Itanhaém, de onde foi de barco cedido pelo ICMBio até a Ilha Queimada,com o apoio também da equipe comandada pelo 1º tenente Jefferson Jesus dos Santos da Polícia Ambiental, da 5ª Cia. Marítima.

Lágrimas de alegrias e gritos de felicidades partiram das veterinárias e biólogas do Cetas Marinho,quando Pepê foi embora.

A chefe da equipe e veterinária da prefeitura de Guarujá, Andréa Maranho resumiu “é como se minha filha de 15 anos saísse pela primeira vez para a balada; o coração fica apertado”. Andréa espera que a toninha encontre uma nova família que a aceite, já que ela ainda é uma filhote com menos de um ano.

Pepê ,antes de ir definitivamente para o mar foi alimentada com comida pastosa e ganhou um beijo da veterinária do Gremar Mariana Zillio, que entre lágrimas, disse ” vai com Deus, filha”.

Tanto carinho tem um motivo: Pepê havia perdido a estabilidade dos movimentos, o que faz com que ela tivesse de ficar sobre um flutuador e precisando ser molhada regularmente. Ela se alimentou por sonda e sua situação requereu monitoramento 24 horas. Seu estado de saúde era grave e sua recuperação lenta e muito difícil.

No Brasil, é inédito um animal dessa espécie sobreviver tanto tempo em cativeiro. A toninha é uma espécie de golfinho “Pontoporia blainvillei” que habita apenas no Atlântico Sul, do Espírito Santo à Patagônia. É um animal discreto, vive em águas escuras e por sua coloração é de difícil observação e está em extinção. Só no ano passado, 40 toninhas chegaram mortas ao Cetas Marinho,em Guarujá.

Segundo Andréa Maranho, a espécie é nativa do litoral brasileiro e como são extremamente dóceis se aproximam demais da costa para ter seus bebês e, infelizmente são vítimas de redes de pescadores e sofrem acidentes de embarcações.

Também ganhou “liberdade” junto com Pepê, uma tartaruga verde que foi tratada no Cetas Marinho de Guarujá, que conviveu com a Toninha no mesmo tanque, depois de sua melhora e, que a “ensinou” a comer novamente, sem a ajuda dos profissionais do hospital veterinário.

Sobre o Cetas Marinho – A unidade funciona há quase um ano e já se tornou referência no Estado de São Paulo – até por integrar uma rede de resgate ambiental. Tem capacidade para atender até 500 animais.

No local está instalado um hospital totalmente equipado, inclusive com área para descontaminação de animais oleados, 20 recintos semiaquáticos e aquáticos e a casa flutuante, que serve como suporte para o pessoal técnico e para fiscalização ambiental. Tudo isso em conformidade com as legislações ambientais.

Atualmente, 11 profissionais atuam diariamente no órgão, sendo cinco técnicos, entre médicos veterinários, biólogos e geógrafos, e seis pessoas em capacitação, que são estagiários de Medicina Veterinária e Biologia, e voluntários da causa marinha, além da Guarda Civil Municipal, que dá o respaldo na segurança 24 horas por dia.

Informações para a imprensa
Rosely Rocha
Ex-Libris Comunicação Integrada
(11) 3266-6088 ramal 225 / 97684-3582
São Paulo-Rio de Janeiro-Brasília