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Fundação Ellen MacArthur se posiciona contra o plástico oxidegradável

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Entidade elaborou documento que foi endossado por mais de 150 organizações mundiais. A ABIPLAST foi a única associação brasileira a assinar o posicionamento

Os plásticos oxidegradáveis ​​estão sendo produzidos e vendidos em muitos países com o apelo de serem biodegradáveis ​​e seguros para a natureza. No entanto, segundo alerta o atual relatório da Nova Economia do Plástico, da Fundação Ellen MacArthur, há evidências de que os oxidegradáveis ​​não se degradam em resíduos inofensivos. Pelo contrário, como se fragmentam em pequenos pedaços contribuem para a poluição microplástica, tornando-se um risco para oceanos e outros ecossistemas.

“Além disso, estes materiais não são adequados para a reutilização efetiva a longo prazo, reciclagem em escala ou compostagem, o que significa que eles não podem fazer parte de uma economia circular”, ressalta Rob Opsomer, da Fundação Ellen MacArthur.

Estudos da Universidade da Califórnia (EUA) apontam que os oxidegradantes comprometem as propriedades mecânicas do material plástico, como a resistência, por exemplo, e impacta negativamente na sua reciclagem pós-consumo e reduz a vida útil dos produtos.  Com o intuito de evitar o risco ambiental em larga escala, a Fundação Ellen MacArthur elaborou um documento em que propõe a proibição de aditivos oxidegradáveis em embalagens plásticas em todo o mundo. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) foi a única representante da indústria brasileira a endossar o documento, que foi assinado por mais de 150 organizações de todo o planeta, como empresas líderes, associações industriais, ONGs, cientistas e membros do Parlamento Europeu.

Desde 2015, a ABIPLAST não recomenda o uso de materiais plásticos aditivados com pró-degradantes na fabricação de sacos e sacolas, bem como de outros produtos plásticos. A entidade defende que a solução eficaz para o tratamento dos resíduos pós-consumo está na educação ambiental da população e no descarte adequado das embalagens – o que faz com que os resíduos plásticos retornem para a indústria de transformação e formem novos produtos plásticos.

Dentro dos preceitos da Economia Circular, a Associação promove o debate e a divulgação da importância do consumo consciente, da reutilização de embalagens e produtos e também do descarte correto dos produtos plásticos, para que esses sejam sempre destinados à reciclagem retornando dessa forma à cadeia produtiva e otimizando a utilização de recursos naturais e eficiência energética.